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Tratamento da Depressão com Neuromodulação: Uma Abordagem com Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (tDCS)

Imagem representativa de Pessoa com Depressão

Por Susilaine Moraes Aquino

A depressão é transtorno mental prevalente e debilitante, caracterizado por sintomas como humor deprimido, anedonia, alterações cognitivas e disfunções psicomotoras. Apesar dos avanços nas abordagens farmacológicas e psicoterapêuticas, parcela significativa dos pacientes não responde adequadamente ao tratamento convencional, o que configura casos de depressão resistente ao tratamento (DRT). Nesse contexto, a neuromodulação tem emergido como alternativa promissora, destacando-se a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (tDCS, do inglês transcranial Direct Current Stimulation).

A tDCS é técnica não invasiva de neuromodulação que utiliza correntes elétricas de baixa intensidade (geralmente entre 1 e 5 mA) para modular a excitabilidade cortical. A corrente é aplicada por meio de eletrodos posicionados no couro cabeludo, com o objetivo de modular a atividade neuronal em regiões cerebrais específicas. O efeito da tDCS depende da polaridade da corrente: a anodal tende a aumentar a excitabilidade cortical, enquanto a catodal pode reduzi-la. No tratamento da depressão, o eletrodo ativo é comumente posicionado sobre o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo (CPFDL), região associada à regulação emocional e frequentemente hipoativa em pacientes depressivos.

Os mecanismos neurofisiológicos subjacentes aos efeitos da tDCS envolvem a alteração do potencial de membrana neuronal, o que promove a despolarização ou hiperpolarização, a depender da polaridade. Além disso, a tDCS pode induzir plasticidade sináptica de longo prazo, mediada por mecanismos como a potenciação de longo prazo (LTP) e a depressão de longo prazo (LTD), que são fundamentais para a adaptação neuronal e a melhora dos sintomas depressivos.

Estudos clínicos randomizados e controlados têm demonstrado a eficácia da tDCS no tratamento da depressão, particularmente em pacientes com DRT. Uma metanálise publicada no Journal of Affective Disorders (2020) evidenciou que a tDCS, quando aplicada em protocolos de 10 a 20 sessões, promove reduções significativas nos escores de escalas de depressão, como a Escala de Depressão de Hamilton (HAM-D) e a Escala de Depressão de Montgomery-Åsberg (MADRS). Ademais, a tDCS tem mostrado perfil de segurança favorável, com efeitos colaterais geralmente leves e transitórios, como coceira ou formigamento no local da aplicação.

Apesar dos resultados promissores, há desafios a serem superados. A variabilidade interindividual na resposta à tDCS pode estar relacionada a fatores como anatomia cerebral, estado basal da rede neuronal e adesão ao tratamento. Além disso, a otimização dos parâmetros de estimulação (intensidade, duração, posicionamento dos eletrodos) e a combinação da tDCS com outras intervenções, como a psicoterapia ou farmacoterapia, são áreas de investigação ativa.

Em síntese, a tDCS representa ferramenta terapêutica inovadora e segura para o tratamento da depressão, especialmente em casos resistentes. A compreensão dos mecanismos neurobiológicos e a padronização dos protocolos de aplicação são essenciais para consolidar seu papel na prática clínica. No Instituto Shen, contamos com tecnologia de ponta e especialista altamente qualificada para oferecer tratamento personalizado.

Fonte: Instituto Shen

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