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Ciência e Tecnologia Eletroterapia Psicologia

Programação em Eletroterapia para Estimulação Neurofuncional

Eletroterapia Funcional

Por Susilaine Moraes Aquino

Programação em Eletroterapia para Estimulação Neurofuncional

A eletroterapia é ferramenta terapêutica que utiliza correntes elétricas aplicadas de forma controlada para estimular tecidos biológicos. Na estimulação neurofuncional, essa técnica é direcionada para a recuperação e reabilitação de funções neuromusculares comprometidas, por auxiliar no fortalecimento muscular, alívio da dor e promoção da neuroplasticidade.

Objetivos da Programação em Eletroterapia

  1. Reabilitação Neuromuscular: Restaurar ou melhorar a funcionalidade de músculos paralisados ou debilitados.
  2. Redução da Dor: Utilização de correntes específicas (como TENS) para alívio de dores crônicas ou agudas.
  3. Melhora na Circulação Sanguínea: Estimular o fluxo sanguíneo local, promover a oxigenação tecidual.
  4. Neuroplasticidade: Facilitar a reorganização funcional do sistema nervoso em pacientes com lesões neurológicas.

Principais Correntes Utilizadas

  • Corrente Russa: Indicada para fortalecimento muscular e ativação de grandes grupos musculares.
  • FES (Estimulação Elétrica Funcional): Focada em promover movimentos funcionais, especialmente em pacientes com lesões neurológicas.
  • TENS (Estimulação Elétrica Transcutânea): Amplamente utilizada para analgesia.
  • Corrente Galvânica: Aplicada para regeneração tecidual e redução de inflamações.

Indicações da Eletroterapia Neurofuncional

  • Paralisia facial.
  • Lesões medulares.
  • Hemiparesia decorrente de AVC.
  • Doenças neurológicas degenerativas (como esclerose múltipla).
  • Reabilitação pós-cirúrgica.

Abordagem Personalizada

Cada paciente possui necessidades específicas, e a programação em eletroterapia deve ser cuidadosamente ajustada considerando:

  • Intensidade e frequência da corrente.
  • Tempo de aplicação.
  • Local de colocação dos eletrodos.

Combinada a outras terapias, como a acupuntura e a fisioterapia, a eletroterapia para estimulação neurofuncional tem se mostrado recurso de grande impacto na promoção da saúde e bem-estar, por contribuir para a autonomia e qualidade de vida dos pacientes.

A estimulação neurofuncional é técnica de eletroterapia que visa estimular o sistema nervoso a fim de melhorar a função motora e/ou sensorial de indivíduos com lesões neurológicas, como acidente vascular cerebral (AVC), lesão medular, entre outras. É importante lembrar que a eletroterapia deve ser realizada somente sob a supervisão de profissional habilitado e qualificado e em conjunto com outras formas de terapia.
A seguir, estão alguns parâmetros gerais que podem ser usados como ponto de partida para a programação em eletroterapia para estimulação neurofuncional:
Frequência: A frequência pode variar de 1 a 100 Hz, dependendo do objetivo da terapia.
Intensidade: A intensidade deve ser ajustada para sensação confortável de formigamento ou contração muscular, geralmente entre 10 e 50 mA.
Largura do pulso: A largura do pulso pode variar de 50 a 1000 microssegundos, a depender do objetivo da terapia.
Modo de operação: O modo de operação pode ser contínuo ou alternado, de acordo objetivo da terapia.
Tempo de estimulação: O tempo de estimulação pode variar de 10 a 60 minutos, conforme a área a ser tratada e da condição do paciente.
Tempo de descanso: O tempo de descanso deve ser igual ou maior que o tempo de estimulação, geralmente de 20 a 40 minutos.
Número de sessões: O número de sessões pode variar de 2 a 3 sessões por semana, com intervalo de pelo menos 48 horas entre as sessões.
É importante lembrar que a programação da eletroterapia para estimulação neurofuncional deve ser adaptada às necessidades e objetivos individuais de cada paciente e realizada em conjunto com outras formas de terapia. Neuropsicólogos, Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Educadores Físicos, – especializados tecnicamente em eletroterapia -, são os profissionais indicados para ajustar a programação da eletroterapia e acompanhar o progresso do paciente.

Detalhamento sobre as principais correntes mencionadas, suas características, aplicações, e quando utilizá-las:


Corrente Galvânica (Corrente Contínua Unidirecional)

Características:

  • É corrente contínua de fluxo unidirecional.
  • Produz efeito polarizante (ânodo e cátodo), o que influencia diretamente os tecidos.
  • Permite a introdução de substâncias (iontoforese).

Indicações:

  • Lesões teciduais superficiais (como úlceras de pressão).
  • Edemas inflamatórios.
  • Tratamentos que necessitam de iontoforese (administração transdérmica de medicamentos).

Contraindicações:

  • Pacientes com dispositivos eletrônicos implantados (como marcapassos).
  • Presença de lesões abertas ou pele danificada, dependendo do caso.

Uso Clínico: Ideal para regeneração tecidual, redução de inflamação e ativação do metabolismo local.


Corrente Alternada (Corrente Sinusoidal de Alta Frequência)

Características:

  • Alterna polaridade de forma constante.
  • Utilizada principalmente em correntes de média frequência (como a corrente russa).
  • Proporciona maior conforto ao paciente, devido à redução da resistência da pele.

Indicações:

  • Fortalecimento muscular (ex.: em casos de atrofia muscular).
  • Melhora do trofismo tecidual.
  • Estímulo funcional em grupos musculares.

Uso Clínico: Indicada para reabilitação neuromuscular e fortalecimento muscular, principalmente em pacientes com perda de tônus.


Corrente Mista (Combinada)

Características:

  • Combinação de corrente contínua (galvânica) e alternada.
  • Maximiza os efeitos terapêuticos de ambas as correntes.

Indicações:

  • Estímulo de tecidos profundos com maior eficácia.
  • Casos que exigem analgesia e regeneração ao mesmo tempo.

Uso Clínico: Aplicada em situações que necessitam de múltiplos efeitos terapêuticos simultâneos.


Corrente Burst (Ráfagas)

Características:

  • Corrente alternada modulada em “explosões” (ráfagas).
  • Fornece estímulos intermitentes, com pausas programadas.

Indicações:

  • Fortalecimento muscular em pacientes com debilidade ou atrofia.
  • Reeducação neuromuscular.
  • Estímulos mais intensos para grandes grupos musculares.

Uso Clínico: Muito utilizada em fortalecimento muscular e recuperação funcional de membros após períodos de imobilização.


Corrente Contínua (Sem Modulação)

Características:

  • Fluxo contínuo e uniforme, similar à corrente galvânica, mas sem ênfase nos efeitos polares.

Indicações:

  • Casos em que se busca estimular tecidos de forma constante e suave.
  • Útil em protocolos de regeneração celular.

Uso Clínico: Usada para cicatrização de feridas e melhora da circulação em áreas lesionadas.


Microcorrente (MENS – Microcurrent Electrical Neuromuscular Stimulation)

Características:

  • Intensidade muito baixa (geralmente de 0,5 mA a 2 mA).
  • Atua em níveis celulares, promove regeneração e estímulo metabólico.

Indicações:

  • Regeneração tecidual (feridas, úlceras, cicatrizes).
  • Alívio de dor crônica.
  • Casos em que correntes de maior intensidade são contraindicadas.

Uso Clínico: Excelente para reparo tecidual profundo e alívio de dor com conforto ao paciente. Ideal em casos mais delicados, como em crianças idosos ou pacientes com hipersensibilidade.


Resumo: Escolha da Corrente

  1. Regeneração Tecidual: Corrente galvânica, microcorrente.
  2. Fortalecimento Muscular: Corrente alternada, burst.
  3. Redução da Dor: Microcorrente, corrente burst.
  4. Melhora da Circulação: Corrente alternada, mista.
  5. Tratamento com Medicamentos Transdérmicos: Corrente galvânica.

Fonte: Instituto Shen

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