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Da essência à integralidade !

Por Susilaine Moraes Aquino

O termo miasma tem origem na medicina e filosofia antigas, sendo utilizado inicialmente para descrever os agentes patogênicos que causavam doenças, em especial as de origem infecciosa. No entanto, o conceito de miasma transcende essa compreensão física, tendo sido, mais recentemente, adaptado como modelo explicativo na homeopatia e na psicologia para descrever fatores subjacentes e dinâmicos que influenciam o comportamento, a saúde mental, as emoções e até mesmo o processo de adoecimento.

No contexto da homeopatia, o miasma é entendido como predisposição herdada ou adquirida a determinada condição patológica ou padrão emocional, que manifesta suas influências tanto na esfera física quanto psicológica. Ele é visto como “força latente” ou “energia” que atua sobre o indivíduo, comprometendo sua saúde integral e sua capacidade de autossuperação. O miasma, portanto, é conceito amplo, que reflete a relação entre fatores espirituais, psicológicos, emocionais e ambientais na formação e manifestação de doenças crônicas e padrões de comportamento.

Em termos simples, miasma é a predisposição psíquica e energética, que se reflete em comportamentos, doenças ou dificuldades de saúde, capazes de se manifestar de maneira recorrente ao longo da vida do indivíduo. A manifestação do miasma é frequentemente resultante de traumas, distúrbios emocionais não resolvidos ou desequilíbrios energéticos que se perpetuam ao longo das gerações.

Aspectos Essenciais de um Miasma

  1. Natureza Subjacente e Implicações Psíquicas:
    O miasma está relacionado a padrões emocionais ou traumas que transcendem o nível físico, e muitas vezes estão ligados a questões não resolvidas, tanto a nível pessoal quanto ancestral. Ele se manifesta como conjunto de características psicológicas ou comportamentais, como tendências de fuga, repetição de padrões destrutivos ou autossabotagem. Essas características são de difícil modificação sem intervenção terapêutica.
  2. Ação e Manifestação ao Longo do Tempo:
    O miasma pode permanecer latente por longos períodos e se manifestar apenas quando condições externas ou internas favorecem a sua expressão. Esse fenômeno é muitas vezes relacionado à vulnerabilidade do indivíduo a doenças ou distúrbios, quando o sistema de defesa (seja emocional ou imunológico) encontra-se enfraquecido.
  3. Predisposição Hereditária e Influência Ambiental:
    Miasmas podem ser adquiridos, mas também podem ser herdados de gerações anteriores, e formar padrão de doenças, comportamentos ou disfunções que se transmite através das linhagens familiares. A dinâmica familiar, como padrões emocionais de pais e avós, pode ser fator determinante na expressão de miasmas, e assim facilitar a manifestação de doenças ou comportamentos prejudiciais.
  4. Atenuação e Superação:
    A homeopatia propõe a cura dos miasmas por meio de remédios que atuam não apenas na cura de sintomas específicos, mas na eliminação da raiz emocional ou energética que os gerou. Essa abordagem leva em consideração que, para a cura definitiva de doenças crônicas e padrões emocionais recorrentes, é necessário tratar a causa subjacente que é representada pelo miasma.
  5. Aspecto Energético e Espiritual:
    O miasma é, também, visto em perspectiva energética, como força dissonante que altera o equilíbrio do campo energético do indivíduo. Essa dissonância pode afetar a saúde física e emocional, criar bloqueios que impedem o fluxo livre de energia vital, e levar a distúrbios psíquicos e orgânicos.

Miasmas Homeopáticos Clássicos

Dentro da homeopatia, diversos tipos de miasmas são identificados, cada um representando uma característica psíquica e energética específica, muitas vezes associada a uma doença crônica. Entre os mais discutidos, estão:

  • Psora: Relacionado a um padrão de negação, vergonha, sofrimento, e frequentemente associado à falta de autoconfiança e ao medo de falhar.
  • Sicose: Relacionado à repressão emocional, controle excessivo, e ao padrão de buscar segurança e ordem de maneira rígida e excessiva.
  • Luetismo: Caracterizado pela sensação de inadequação, distanciamento e perda de controle, refletindo uma tendência a se isolar ou se distanciar do mundo.
  • Tifóide: Um miasma associado a estados de desespero, desilusão, e exaustão mental, frequentemente relacionado a indivíduos que experimentam crises existenciais ou de perda.
  • Cancerinismo: Relacionado a padrões de apego excessivo, medo da perda e uma tendência a acumular, especialmente de forma emocional, o que leva a um bloqueio do fluxo natural de vida.

Intervenção Terapêutica e Ação Homeopática sobre os Miasmas

A terapia homeopática, ao identificar o miasma subjacente ao estado de saúde de o paciente, visa tratar não só os sintomas imediatos, mas também a raiz do problema, proporcionar recuperação integral. Remédios homeopáticos específicos são utilizados para neutralizar as forças patológicas do miasma, e com isso permitir ao indivíduo restabelecer seu equilíbrio emocional, mental e físico. A abordagem terapêutica reconhece a importância de entender a história emocional e familiar de o paciente para tratar o miasma de maneira mais eficaz, reconhecer que as condições hereditárias e as influências ambientais podem ser modificadas por meio de cura energética e psíquica.

Conclusão

O conceito de miasma, embora originado na medicina tradicional, possui profunda aplicabilidade na compreensão de distúrbios psicológicos e comportamentais que afetam a saúde mental e física do indivíduo. Na homeopatia, ele se revela como conjunto de predisposições e padrões latentes que, uma vez identificados e tratados, permitem ao paciente alcançar não apenas a cura física, mas também restauração da harmonia energética e emocional. A cura dos miasmas requer abordagem integrativa, ao considerar o paciente em sua totalidade — mente, corpo e espírito.

Fonte: Instituto Shen

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